Folclore Brasileiro
Era uma vez um Coronel que era muito rico, era dono de muitas terras, de muita plantação e tinha gado a perder de vista.
O Coronel era o homem mais poderoso da região, mandava em tudo e em todos.
Mas a sua maior alegria não eram as plantações, nem aquele monte de gado, o que ele mais amava era o seu Boi Mimoso.
O boi era lindo, muito bem cuidado e tinha um curral só dele, tinha alimentação especial e também um funcionário da fazenda que tinha como única função cuidar do Mimoso, dar banho, lixar seu casco, escovar seu pelo, lustrar seus chifres. O boi tinha uma vida muito melhor que muita gente.
Quem cuidava do boi era um homem chamado Francisco, que gostava muito do boi e do seu serviço de mimar o animal. Francisco era casado fazia pouco tempo com a Catarina e ela estava grávida do primeiro filho dos dois. Ele estava muito feliz com a vida que levava, amava a esposa, amava seu filho que logo nasceria e amava o seu trabalho.
Um dia o Coronel mandou chamar Francisco e foi logo dizendo:
– Francisco, tenho que fazer uma viagem de negócios e vou me ausentar por um tempo, quero que você cuide muito bem do Boi Mimoso, não deixe faltar nada para ele. Quando voltar quero encontra-lo tão bem quanto ele está hoje.
– Sim, senhor Coronel, vou cuidar sim, como sempre fiz, pode ficar despreocupado e fazer sua viagem tranquilo.
E assim o Coronel partiu sossegado.
Passados uns dias Catarina procurou o marido no trabalho para fazer um pedido:
– Francisco, meu amor, estou tendo desejo de comer uma coisa.
– Fale, meu amor, eu vou até à Lua buscar para você, minha rainha – falou Francisco.
– Quero comer língua de boi, do jeito que só você sabe preparar – falou Catarina.
– Ô minha rainha, eu vou agora na cidade comprar a língua e hoje à noite mesmo faço para você.
– Mas Francisco, não quero língua de boi do açougue da cidade – falou Catarina.
– Não? Mas não tem problema, então amanhã mesmo eu mato um boi aqui do patrão, ele me tem em consideração, não vai se importar – falou Francisco.
– Não quero língua de nenhum desses bois do pasto do patrão!
– Mas então, minha rainha, como vou arrumar língua de boi para você, meu amor?
– Eu quero comer a língua do Boi Mimoso! – protestou a mulher.
Francisco empalideceu com o que a sua esposa havia falado, não podia matar o Boi Mimoso, ele era o favorito do Coronel, ele estaria perdido se fizesse isso.
Tentou fazer sua mulher mudar de ideia, mas não teve jeito:
– Eu quero comer a língua do Boi Mimoso, esse é o meu desejo. Você quer que seu filho nasça com cara de língua de boi, seu primeiro filho?
Francisco estava vivendo o maior dilema da sua vida, se matasse o boi estaria perdido, o Coronel daria um fim nele, se não fizesse a língua para sua esposa tinha medo que algo de ruim acontecesse com seu primogênito.
Ele não sabia o que fazer, nem dormiu mais depois daquele dia. Catarina o pressionava cada dia mais.
Depois de uma semana ouvindo os pedidos da esposa ele cedeu, com lágrimas nos olhos, matou o boi Mimoso e fez a língua para ela comer.
Catarina se deliciou com o prato e sossegou o seu desejo. Agora a criança estava a salvo, mas sua vida corria perigo. Assim que o Coronel descobrisse, ele estava perdido.
Ele já estava achando que não tinha mais jeito quando teve uma ideia.
Havia um Pajé Curandeiro de uma tribo indígena, não muito longe da fazenda, que tinha a fama de falar com os mortos e fazer verdadeiros milagres. Ele tinha que buscar o homem e fazê-lo ressuscitar o boi, era o único jeito.
Então ele foi atrás do Pajé Curandeiro e o levou para a fazenda.
Na fazenda, o Pajé preparou todas as ervas necessárias e à meia noite começou a fazer seus rituais, passou a noite trabalhando no feitiço e no amanhecer do dia o boi estava vivo de novo, para a sorte de Francisco.
Algumas horas depois o Coronel voltou à fazenda, antes do combinado, porque tinha tido um pressentimento de que algo estava acontecendo com seu boi.
Francisco contou ao Coronel tudo o que tinha acontecido e o Coronel só não ficou possesso porque o boi estava bem.
Para comemorar a ressurreição do Boi Mimoso o Coronel deu uma festa que durou uma semana e até hoje, em vários cantos do Brasil se festeja o Bumba meu Boi.
***
Segunda versão de história de Charles Perrault Era uma vez uma viúva que tinha duas…
Folclore japonês Certa vez no Japão, há muito tempo, um homem jogou fora um guarda-chuva…
História Zen Budista Certa vez, um praticante do zen budismo teve a oportunidade de se…
História de Emilie Poulsson Há muito tempo, em uma grande floresta, vivia um lenhador e…
Autor desconhecido Certa vez, dois ratinhos cinzentos encontraram um pedaço de queijo, logo os dois…
View Comments