História de Antoine Galland
Certa vez, em Bagdá, um pobre carregador chamado Simbad, estava muito cansado do seu trabalho e, em um dia muito quente, sentou-se debaixo da janela de uma casa muito rica e começou a praguejar contra as injustiças do mundo. Lá de dentro o dono da casa, também chamado Simbad ouviu os lamentos do carregador e mandou um de seus empregados chamá-lo para entrar e comerem juntos.
Então Simbad rico disse para Simbad pobre que um dia havido sido pobre também e começou a contar a ele a sua história.
Ele contou que estava em uma situação muito difícil e via que a qualquer momento não teria sequer o que comer, então, juntou tudo o que tinha de valor, vendeu, comprou mercadorias e decidiu tentar a sorte como comerciante em um navio que partiria em breve.
Depois de alguns dias de viagem conseguiu se acostumar com o balanço do mar e parou de sentir enjoos. Um dia, o navio aportou em uma ilha deserta para procurarem frutas e água potável. Levaram junto alguns pedaços de madeira para acenderem uma fogueira, no caso de precisarem passar a noite na ilha. A ilha era um pouco diferente das demais que já haviam parado, só havia areia, pequenos arbustos e nenhuma fonte de água. Resolveram acender uma fogueira para se aquecerem quando, de repente, a ilha começou a tremer violentamente.
O que acharam ser uma ilha era na verdade o dorso de uma gigantesca baleia. Todos começaram a pular no mar para se salvarem, mas Simbad, por não ter experiência no mar não conseguiu chegar no navio a tempo, antes que o capitão zarpasse. Ele acabou ficando só, no mar bravio, somente se apoiando em um tronco que boiava. Adormeceu no tronco e acordou no outro dia próximo a uma ilha, juntando todas as suas forças, conseguiu chegar à praia.
Enquanto explorava a ilha, Simbad encontrou o serviçal do rei daquele lugar, que estava tomando conta da égua do rei. Chegando à cidade, ele ficou amigo do rei e foi bem tratado por todos. Poucos dias depois o navio que havia abandonado Simbad aportou naquele lugar e assim ele pode seguir viagem com eles. Antes de partir ele ainda recebeu de presente do rei ricos presentes. O navio ainda foi à Índia, onde Simbad pode fazer bons negócios antes de voltar a Bagdá cheio de dinheiro.
Apesar disso, Simbad ainda queria mais e resolveu embarcar em outro navio para se aventurar novamente. Um dia, o navio aportou em outra ilha e, depois de explorá-la, Simbad ficou perdido, quando chegou à praia o seu navio já havia ido embora. Ele resolveu subir em uma árvore para avistar algum outro navio que pudesse estar se aproximando, viu então na praia um grande objeto esférico branco e correu para ver do que se tratava.
Enquanto analisava o objeto, o céu escureceu-se de repente e, quando olhou para cima, Simbad viu um pássaro enorme se aproximando. Imediatamente entendeu que aquele objeto era na verdade o ovo daquele pássaro. Então ele teve a ideia de se agarrar às penas do pássaro na esperança de ser levado para longe daquela ilha. Depois de um tempo voando, o pássaro pousou em um vale repleto de diamantes, mas habitado por serpentes monstruosas. Ele ainda pegava os diamantes e enchia seus bolsos quando o pássaro levantou voo deixando Simbad à mercê das serpentes. Achou que era o seu fim, mas percebeu a presença de um homem que também pegava diamantes. Era um mercador que sempre parava seu navio naquela ilha para pegar os diamantes. O homem ajudou Simbad e juntos foram embora para Bagdá. Dessa vez, Simbad estava ainda mais rico que da primeira viagem.
Depois de um tempo de descanso, Simbad sentiu novamente o desejo por aventura e embarcou em uma nova expedição. Depois de uma terrível tempestade, os ventos levaram o navio a uma ilha habitada por homens muito peludos. Eles tomaram o navio e depois de alguns dias de viagem abandonaram todos os marujos em outra ilha onde o único morador era um gigante que aprisionou a todos e devorou o capitão. Simbad se organizou com os outros companheiros e juntos conseguiram fugir em uma jangada improvisada, ficando à deriva por alguns dias quando foram resgatados pelo navio da segunda viagem, que havia abandonado Simbad quando ele se perdera. Ele recuperou sua mercadoria, negociou nos portos por onde passaram e voltou para Bagdá ainda mais rico.
Pela quarta vez Simbad resolveu sair em aventura. Dessa vez o navio onde estava naufragou, poucos se salvaram e conseguiram chegar a uma ilha de canibais. Lá os canibais deram à tripulação algumas ervas alucinógenas, porém Simbad ficou desconfiado e foi o único a não comer, por isso conseguiu fugir e chegar a outra ilha onde fez amizade com o rei local. Nessa ilha Simbad ficou por mais tempo e se casou com uma linda mulher do local. Um dia sua esposa ficou muito doente e faleceu. O que Simbad não sabia era do costume local de enterrar ambos os cônjuges quando um deles morria. Eles eram colocados em um grande salão e todos os seus pertences eram levados assim como água e alguns alimentos. Desta maneira Simbad conseguiu sobreviver por alguns dias. Quando um homem daquele lugar faleceu e foi levado até lá com sua esposa ainda viva, Simbad conseguiu fugir e levou consigo várias pedras preciosas de outros falecidos. Ele correu para a praia e, por sorte encontrou alguns marujos de outro navio que o ajudaram e o levaram a Bagdá. Dessa maneira ele voltou para casa ainda mais rico.
Mais uma vez, desejoso de aventuras, Simbad partiu em viagem. Quando estavam em uma ilha avistaram um gigantesco ovo, dessa vez Simbad já sabia do se tratava, mas quando se aproximou os outros marujos já haviam quebrado o ovo. Simbad os avisou do que se tratava e todos correram para o navio, mas a ave, como vingança começou a atirar pedras sobre o navio que acabou afundando. Simbad conseguiu nadar até a uma ilha, mas lá foi escravizado por um homem.
Depois de muito sofrer, Simbad usou a sua astúcia, preparou uma bebida entorpecente com a mesma erva que os canibais queriam dopá-lo e deu ao homem que caiu dormindo, dando-lhe a chance de escapar. Simbad fugiu em uma jangada que construiu e acabou indo parar em uma ilha habitada somente por macacos que atacam à noite. Ele percebeu que durante o dia os macacos dormiam, então todas as noites ele ia com sua jangada para o mar. Um dia, encontrou na ilha um palácio abandonado cheio que pedras preciosas, Simbad carregou tudo o que pode para a jangada e, quando um navio passou por perto, conseguiu ser resgatado e voltar para Bagdá, ainda mais rico.
Na sexta viagem, o navio de Simbad bateu em uma enorme falésia e naufragou. Eles ficaram presos naquele local, sem poder se alimentar e aos poucos foram morrendo. Desesperado com o seu destino Simbad conseguiu encontrar uma caverna e nela um rio, cujo leito estava repleto de ouro. Simbad seguiu o rio que o levou a uma cidade onde foi salvo pelos moradores.
Em troca do ouro que ele havia encontrado, os moradores o levaram a outra ilha onde ele encontrou um navio que o levou a Bagdá. Antes de partir Simbad pegou todo o ouro que pode e voltou para casa ainda mais rico.
Em sua sétima e última viagem o navio também naufragou após ser atacado por três peixes monstruosos. Simbad se salvou e foi parar em uma ilha onde fez amizade com um importante mercador. Lá, ele se casou com a filha do mercador que ao falecer deixou para eles todas as suas riquezas. Ele estava vivendo bem e feliz quando decidiu retornar para Bagdá com sua esposa ainda mais rico que das outras vezes.
Simbad passou vinte e sete anos da sua vida viajando quando decidiu, por fim, se aquietar em Bagdá.
Depois de contar toda a história ao carregador Simbad, o rico Simbad lhe deu de presente mil moedas de ouro e o agradeceu por ouvir suas histórias.
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