Baseada em história de Hugh Lupton
Certa vez, uma menina ficou doente, tossia sem parar, sentia muita dor no peito e dificuldade para respirar.
Seus pais ficaram preocupados e mandaram chamar uma velha curandeira da aldeia.
Ela chegou, examinou a menina, depois colocou o ouvido em seu peito e escutou, escutou, escutou e depois falou:
– Estou ouvindo o som de uma raposa que está cansada, doente e com fome, ela está correndo pela neve. Temos que encontrar a raposa.
Então o pai da menina falou:
– Sou um caçador, eu vou procurar a raposa e a trarei até você.
Ele então se preparou, colocou a roupa apropriada para andar na neve e saiu à procura da raposa. Depois de muito caminhar encontrou pegadas da pequenina e foi seguindo o seu rastro.
O dia todo ele caminhou e quando começou a anoitecer, avistou a raposa. Ela estava magra, cansada e muito assustada com o caçador.
Ele acendeu uma fogueira para se aquecer na madrugada, de longe viu a raposa que se aproximou por causa do calor.
Lá na aldeia a curandeira escutou o peito da menina e falou:
– Estou ouvindo a raposa, mas agora o caçador está perto, ouço uma fogueira. Esta noite a menina terá febre.
O pai estava cansado, mas não dormiu, ficou a noite toda observando a raposa que estava por perto. Quando amanheceu ele tentou pegar a raposa, mas ela fugiu.
Enquanto isso a curandeira ouvia o peito da menina e dizia:
– A raposa está exausta, fraca, não aguenta mais.
Nesse momento o caçador pegou a raposa, colocou dentro de seu casaco e voltou para a aldeia.
Na aldeia a curandeira falou:
– O coração dela está batendo muito rápido, a raposa está assustada, mas está aquecida e vindo para a aldeia.
Depois de um dia inteiro de caminhada, o pai chegou com a raposinha dentro de seu casaco.
A curandeira pegou a raposa, deu água e alimento à pobrezinha. Depois, a colocou para dormir ao lado da menina. As duas dormiram por dois dias inteiros.
A curandeira ficou lá, ao lado delas até que ficaram bem, então ela disse:
– Agora, abram a porta e deixem a raposinha ir embora. A menina se levantou e estava completamente recuperada.
Então a curandeira falou:
– Quem curou quem, a raposa curou a menina ou a menina curou a raposa?
E o pai respondeu:
– Nem uma coisa, nem outra. A senhora curou as duas!
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