História chinesa

Certa vez, um vendedor levou o seu carrinho cheio de deliciosas peras para uma pequena cidade. Ele o colocou no meio da praça e ficou aguardando as pessoas chegarem para comprar.

Logo vieram as pessoas, mas o preço das peras era muito alto e ele não vendia nem uma sequer, então uma mulher falou:

– Você tem que baixar esse preço, assim não venderá nada!

– O preço é esse, não tem desconto, se quiser compre ou vá embora. – falou o vendedor.

Várias pessoas ainda apareceram perguntando, mas ele não baixava e nem vendia nada.

Então apareceu um monge e falou para o vendedor:

– Por favor, me dê uma pera para que eu mate a minha fome, não tenho dinheiro.

O vendedor ficou irritado e começou a gritar:

– Não quero sequer baixar o preço das peras e você me pede para te dar uma de graça! Nem pensar, saia daqui.

– Estou com fome, me dê somente uma.

Enquanto os dois discutiam formou-se uma confusão de pessoas que começaram a xingar o vendedor pela sua ganância.

Um homem que estava passando se irritou com aquilo e falou:

– Tome aqui o dinheiro e dê uma pera ao monge, vamos parar de confusão.

O monge pegou a pera, agradeceu ao homem e começou a comer. Depois de se saciar ele falou para as pessoas na praça:

– Todas as pessoas desta cidade devem ter o direito de comer uma pera de graça quando desejarem. Me sigam e observem o que farei.

O monge foi saindo e várias pessoas o seguiram, o vendedor de peras ficou curioso e o seguiu também, deixando o carrinho na praça.

O monge foi até um local ermo, onde não havia nenhuma construção, então tirou do bolso as sementes da pera que havia comido e começou a cavar um buraco no chão.

As pessoas o observavam sem entender nada.

O monge colocou as sementes no buraco, tampou com a terra e perguntou quem tinha água. Um velho lhe deu um pouco, ele jogou na terra e começou a fazer suas orações.

Então, milagrosamente, um broto surgiu no chão e foi crescendo em grande velocidade. Em pouco tempo havia uma enorme árvore de peras que começou a florir, em seguida peras suculentas começaram a aparecer e monge falou:

– Venham e comam o quanto quiserem.

As pessoas assustadas com o que haviam visto se aproximaram da árvore e começaram a comer. Até mesmo o vendedor de peras se aproximou e pegou uma para si.

Ele comeu e a pera estava tão boa quanto as suas. Ele se lembrou do seu carrinho e voltou para a praça, porém, para sua surpresa, o carrinho estava vazio.

O vendedor ficou possesso de raiva e resolveu tirar satisfações com o monge, acreditando que havia caído numa armação.

Mas, para sua surpresa, ao chegar ao local da árvore, não havia árvore, não havia monge e não havia ninguém.

***

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Maria Cecilia

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