As más companhias

Autor desconhecido

Era uma vez um homem que tinha um filho muito querido e eles se entendiam muito bem. Conforme o garoto entrou na adolescência, aos poucos foi se afastando da família e dos amigos de sempre, passou a ter novos amigos e a mudar seu comportamento.

O pai até tentou conversar com ele, falou que aqueles garotos não pareciam confiáveis, mas nada adiantava, o jovem só acreditava no que os novos amigos falavam.

Um dia, ao acompanhar esses amigos, sem perceber se viu participando de uma briga com outro grupo de jovens e acabou se machucando muito. Todos eles fugiram e o abandonaram ferido e sem forças.

Acordou numa casa estranha e um senhor já idoso cuidava dele. O homem disse que era um médico aposentado e que havia visto o que os outros garotos aprontaram para ele, por isso o ajudara.

Uns dias depois o rapaz estava melhor e resolveu ajudar o médico que preparava o almoço. O homem lhe pediu para limpar uma mesa que parecia não ser muito usada, já que o homem sempre comia sozinho.

A mesa estava cheia de coisas e uma a uma o rapaz foi retirando.

O jovem pegou um barbante sujo e percebeu um cheiro forte e ruim. O senhor percebeu seu desconforto e lhe falou:

– Esse barbante estava amarrado a uma fieira de peixes que eu trouxe de uma pescaria, e esqueci de jogar fora.

Depois o rapaz pegou uma folha de papel muito bonita e perfumada e o homem lhe falou:

– Esse papel estava embrulhando um buquê de flores que eu preparei para minha filha quando ela veio me visitar.

Depois de limpar a mesa, eles almoçaram e o médico lhe disse:

– Você percebeu que tanto o barbante quanto a folha de papel ficaram com as características das coisas nas quais estavam em contato? Assim é com o ser humano também, você assume a forma de ser das pessoas com as quais convive. Já pensou que o pior poderia ter acontecido? Acha que esses amigos valem a pena ter na sua vida?

O garoto percebeu a lição e, muito agradecido ao médico que o salvara, voltou para casa prometendo a si mesmo e ao seu pai que seria melhor dali para frente.

Conselho de vó: Diga-me com quem andas e te direi quem és.

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