Conto de Benjamin Tabart
Era uma vez uma viúva muito pobre que tinha um filho, um menino chamado João. Eles tinham para seu sustento somente uma vaca, chamada Branca. Como a vaca tinha parado de produzir leite a mãe pediu ao filho para levar a vaca até à cidade para vendê-la.
João amarrou uma corda na vaca e a foi puxando. Quando ele estava no meio do caminho, ao passar por uma encruzilhada, encontrou um homem que disse:
– Bom dia, João!!!
O menino respondeu, mas achou estranho o homem saber o seu nome, já que não o conhecia.
– Para onde vai João? – perguntou o homem.
– Vou para cidade vender esta vaca!
– Não faça isso, tenho uma boa notícia para você, eu aceito trocar meus feijões mágicos por esta vaca! – falou o homem.
– Feijões mágicos????
– Isso mesmo, jogue estes feijões na terra e o pé de feijão crescerá até o céu!
– Que incrível, eu troco!
E assim João trocou a sua vaca Branca por um punhado de feijões mágicos.
Ele voltou para casa todo animado para contar à sua mãe a novidade.
Sua mãe perguntou:
– Vejo que vendeu a vaca meu filho, quanto conseguiu por ela?
– Mamãe, não vai acreditar, troquei a vaca por feijões mágicos!!!
A mãe começou a chorar por perceber que o filho foi enganado e que agora eles não teriam mais como se sustentar.
Ela pegou os feijões e jogou todos pela janela e mandou João ir para cama dormir. João foi dormir triste e com muita fome.
No dia seguinte, quando acordou, percebeu que algo estava diferente, estava escuro, o sol não estava batendo no seu quarto. Saiu a da casa para ver o que tinha acontecido e viu que havia folhagens pela casa toda e um gigante pé de feijão.
Os feijões que a mãe havia jogado pela janela haviam brotado durante a noite e agora tinha um pé tão alto que ultrapassava as nuvens. Os feijões eram realmente mágicos.
Como João era muito curioso resolveu subir o pé de feijão para ver onde dava. Ele subiu, subiu e subiu e quando não aguentava mais subir, ele se deparou com um castelo enorme, acima das nuvens.
As portas do castelo eram enormes, como se lá vivesse um gigante. João entrou no castelo e ficava cada vez mais impressionado com tudo o que via lá dentro.
De repente ele sentiu o chão tremer e percebeu que alguém muito grande estava chegando, ele ficou apavorado e resolveu se esconder.
O gigante cantava:
– Fi–feu–fo–fum, Fi–feu–fo–fum, Fi–feu–fo–fum!!!
João ficou quietinho no seu esconderijo. O gigante entrou na cozinha e começou a comer. Assim que terminou ele começou a contar moedas de ouro, enormes.
Quando ele saiu da cozinha deixou algumas moedas na mesa. Nessa hora João escalou a mesa e colocou algumas dentro da sua roupa, saiu correndo e desceu o pé de feijão.
Chegando em casa mostrou para a mãe o que tinha conseguido e contou a ela o que tinha visto, ela ficou impressionada.
– O homem estava certo, mamãe, os feijões eram mágicos!!!
Por muito tempo eles viveram muito bem com as moedas que João tinha pegado no castelo do gigante, porém o dinheiro acabou e então João resolveu subir novamente o pé de feijão.
Ele subiu o pé de feijão, entrou no castelo e ficou escondido esperando o gigante contar suas moedas.
Tudo aconteceu exatamente como da outra vez, o gigante cantou:
– Fi–feu–fo–fum, Fi–feu–fo–fum, Fi–feu–fo–fum!!!
Neste dia o gigante estava carregando uma pata muito grande, ele a colocou na mesa e a pata botou um ovo de ouro. João concluiu que era da pata que vinha toda a fortuna do gigante e ele teve a grande ideia de pegar a pata para assim ficar rico e nunca mais ter que voltar àquele castelo.
Depois de ver que o gigante havia adormecido na cadeira João pegou a pata, a colocou nas costas e fugiu correndo, foi muito difícil descer o pé de feijão carregando uma pata tão grande, mas ele conseguiu.
Ao descer, João ficou preocupado de o gigante conseguir descer atrás da pata, pegou um machado e cortou o pé de feijão.
Chegando em casa ele mostrou à sua mãe a pata e os maravilhosos ovos de ouro que ela botava, a mãe ficou maravilhada e muito feliz porque nunca mais passariam fome novamente.
Assim eles viveram muito bem e foram felizes para sempre.
Conselho de vó: Por mais atraente ou mais bonito que seja qualquer pertence de alguém é muito errado roubar.
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