Lenda indígena brasileira
Pirarucu era um índio guerreiro da nação dos Nalas. Esse jovem índio era muito valente, orgulhoso, vaidoso, injusto e gostava de praticar atos cruéis. Diferente de seu pai, um chefe generoso, o jovem que era muito egoísta, criticava os deuses e se vingava de indígenas de sua tribo por qualquer motivo, ou mesmo sem motivo algum, executando-os quando seu pai saía para caçar em lugares longínquos.
Um dia, o deus Tupã viu o seu mau comportamento e resolveu castigá-lo por todas as suas maldades. Pediu à deusa Luruauaçu que fizesse cair uma grande tempestade, e assim aconteceu.
Uma forte chuva caiu do céu sobre a floresta de Xandoré. Caíam raios e trovões, tornando a floresta toda eletrizada pelos fortes relâmpagos.
O forte guerreiro Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta e tentou fugir, mas não conseguiu. Vencido pelas forças da natureza, caiu ao chão. Um raio partiu uma árvore muito grande, que caiu sobre a cabeça do jovem guerreiro, achatando-a totalmente.
O jovem guerreiro teve seu corpo desfalecido carregado facilmente pela enxurrada para as profundezas do rio Tocantins, mas na floresta Xandoré o deus Tupã ainda não estava satisfeito e resolveu aplicar-lhe um castigo pior que a morte. Preservou-lhe a vida, mas transformou o rapaz em um peixe avermelhado, de grandes escamas e cabeça chata. É este o peixe Pirarucu que habita os rios da Amazônia. De algoz ele passou a ser caça dos indígenas da região. É um dos maiores peixes de água doce do Brasil e seu nome vem das palavras tupi: pirá, “peixe” e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda.
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