O Mascate de Swaffham

Conto Inglês, autor desconhecido

Era uma vez um homem chamado John Chapman, ele era mascate e andava pelas ruas da cidade de Swaffham, vendendo alfinetes, espelhos, laços, carretéis de linha, canivetes e tesouras.

Ele sempre ia acompanhado de seu cãozinho que não desgrudava dele.

John vivia em uma casa muito pequenina, logo na entrada da cidade, o telhado era esburacado, tinha vidros quebrados e na primavera os passarinhos entravam e faziam seus ninhos nas vigas do teto. Mas ele tinha no quintal da sua casa uma linda macieira que no outono produzia as maçãs mais doces de Swaffham.

Uma noite, John estava em sua cama, dormindo profundamente quando ouviu uma voz que dizia:

– Vá até à Ponte de Londres!!!

Ele acordou sobressaltado, esfregou os olhos, mas não viu nada, andou pela casa e não tinha ninguém, então pensou: “Foi só um sonho”, deitou-se novamente e dormiu.

Na noite seguinte a voz falou novamente:

– Vá para a Ponte de Londres!!!

Ele acordou, sentou na cama e achou tudo aquilo muito estranho.

Pela terceira vez, na noite seguinte o mesmo aconteceu, ele começou a ficar cismado e pensou consigo: “Às vezes convém dar ouvidos aos sonhos, o que devo fazer?”

Aquilo não saía da sua cabeça e ele acabou decidindo ir a Londres ver o que tinha nessa ponte.

No dia seguinte vestiu sua roupa mais quente, preparou alguns alimentos, colocou na bolsa, chamou seu cachorrinho e foi para Londres.

Durante três dias ele caminhou até chegar ao seu destino.

Sobre a ponte havia várias lojinhas onde vendiam de tudo um pouco, o lugar era muito movimentado, pessoas, cavalos e carruagens passavam a todo momento.

“O que fazer?” – pensou ele.

Ele se sentou em um lugar onde podia ver toda a ponte e ficou esperando.

Esperou o dia todo e nada aconteceu.

À noite, sem ter onde dormir, deitou-se embaixo da ponte, na beira do rio e nada aconteceu.

Na manhã seguinte, voltou para a parte de cima da ponte e nada aconteceu.

Ele estava com muito frio e então pensou: “Às vezes convém dar ouvidos aos sonhos, às vezes não.”

Quando ele levantou para voltar para casa um homem, dono de uma das lojinhas falou com ele:

– Olá, forasteiro, o que há com você? Está aqui desde ontem sem fazer nada, só olhando as pessoas na ponte.

– É que eu tive um sonho, onde ouvia uma voz falando: Vá à Ponte de Londres. Então eu vim.

O homem começou a rir e falou:

– Sonhos!!! Não dê atenção aos sonhos, pois eu sonhei com uma voz que me dizia para ir a Swaffham para encontrar uma casinha de telhado esburacado e vidros quebrados e no seu quintal cavar entre as raízes de uma macieira para encontrar um tesouro. Mas você acha que eu vou atravessar a Inglaterra, caminhar três dias para ir atrás de um ouro de sonhos???

Quando terminou de falar o vendedor viu John indo embora sem dizer nada e com seu cachorrinho acompanhando.

John andou o mais rápido que pode, assim que chegou em sua casa pegou uma pá e começou a cavar nas raízes da macieira. De repente quebrou com a pá um grande pote de barro, cheio de milhares de moedas de ouro.

A partir daquele dia John Chapman parou de vender coisas pelas estradas.

Ele arrumou o telhado da sua casa, trocou as vidraças, comprou coisas novas para a sua casa, ajudou os pobres e famintos e se tornou um homem conhecido em sua cidade pela sua bondade.

Quando ele morreu, fizeram uma estátua na entrada da cidade de Swaffham e aos pés da estátua foi gravada esta frase:

“Até sonhos podem se transformar em ouro.”

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8 comentários em “O Mascate de Swaffham”

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