Lenda indígena
Há muito tempo, havia uma tribo no norte do Brasil, onde muitos curumins tinham poderes extraordinários. Esses poderes haviam sido cedidos por Tupã e serviam para curar diversos males, fossem eles do corpo, da mente ou do coração.
Um desses curumins era Lori, um especialista no combate da maldade e da escuridão.
Lori desenvolveu os seus poderes sempre praticando suas habilidades, enquanto seu corpo alcançava a maturidade.
Um dia, quando caçava com seus companheiros, acabou se perdendo do grupo.
Morã, a deusa do Mal, viu a oportunidade de acabar de vez com aquele índio que tinha poderes do Bem.
A deusa então envolveu a floresta em uma grande escuridão e Lori não enxergava nada à sua frente.
Para sua própria surpresa, de repente, seus olhos começaram a brilhar e iluminar tudo ao seu redor. Seus olhos brilharam tão forte que dissipou toda a escuridão, iluminando até mesmo Morã, que foi despojada de sua maldade e se transformou em uma bela índia.
Lori apaixonou-se imediatamente por ela, e ela por ele.
Tupã, que a tudo observava, entendeu que a ordem das coisas estava sendo alterada, o Bem e o Mal não poderiam ficar juntos, eles deveriam permanecer em combate permanentemente.
Então, Tupã desfez a magia de Lori e devolveu Morã para a escuridão.
Agora, tomado de amor pela deusa do Mal, Lori começou a sofrer e definhar. Seu tamanho começou a diminuir e sua aparência a se transformar. Por fim, ele se tornou um minúsculo inseto que brilhava no escuro, justamente para ficar junto de sua amada, que fugia dele.
Por isso, dizem os indígenas, o pirilampo (vagalume) aparece nos cantos mais escuros da floresta.
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